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N° 38 - Centelha Freudiana

Diversos

Em carta endereçada a Fliess, cuja tradução abre a primeira seção da publicação, encontramos a centelha freudiana, ponto de partida, motor e causa desta...

R$ 32,00

Sumário

A centelha

Carta de Sigmund Freud a Wilhelm Fliess de 26 de janeiro de 1900
Sigmund Freud (Tradução: Paulo Becker)
Centelha freudiana
Benita Losada A. Lopes e Rossely S. Matheus Peres
Alguma luz e muitas trevas
Claudia de Moraes Rego

Manuscritos freudianos

A cisão do eu no processo de defesa [como mecanismo de defesa]
Sigmund Freud (Tradução: Eduardo Vidal)
A cisão, ainda…
Eduardo Vidal
Manuscritos inéditos: a inflexão de 1923
Juan Carlos Cosentino (Tradução: Paloma Vidal)
Canto para escrever
Elisabeth Freitas
Um significante privilegiado
Patricia Sá
A escrita da Verleugnung em Freud
Elza Gouvêa

A via régia

Excerto de “A interpretação dos sonhos”
Sigmund Freud (Tradução: Patricia Sá)
Despertar do sonho
Eduardo Vidal e Paulo Becker
Irma, o sonho freudiano
Isabela Bueno do Prado
Freud e a ética da psicanálise através dos sonhos
Arlete Garcia
O nachträglich nos sonhos
Andréa Bastos Tigre e Benita Losada A. Lopes
Gradiva – passo, vestígio…
Rita Martins

Conceitos fundamentais

Excerto de “Pulsões e destinos da pulsão”
Sigmund Freud (Tradução: Patricia Sá)
O vai-e-vem ou as cores da pulsão
Françoise Samson (Tradução: Analucia Teixeira Ribeiro)
Uma leitura… Pulsões e seus destinos
Diana Mariscal
… porque não é isso: a repetição
Ana Lucia Zacharias
A transferência é um nó
Myriam Rodrigues Fernández
Diz-cernimentos do inconsciente
Letícia Balbi
A retificação nachträglich do processo do recalque originário
Fátima Vahia
Algumas pontuações sobre o princípio de realidade
Iara Barros
Sobre o econômico em Freud: um problema
Letícia Nobre
O modo de produção do inconsciente
Clara Góes

Escrever a experiência

Excerto de “Esquema da psicanálise”
Sigmund Freud (Tradução: Frank C. Kuehn e Patricia Sá)
As recomendações freudianas sobre o ato
Renata Salgado
A psicanálise, enquanto sintoma, o que escreve?
Maria Célia Andrade Oliveira
O escrito de Freud
Glaucia Nagem de Souza
Repetição: um outro viés
Graça Araújo Curi

Apresentação

Em carta endereçada a Fliess, cuja tradução abre a primeira seção da publicação, encontramos a centelha freudiana, ponto de partida, motor e causa desta nova Revista da Escola. Trata-se de uma carta aparentemente singela na qual já se esboçam as questões determinantes da posição freudiana: “Estou reunindo o material para a teoria sexual, esperando que uma centelha possa inflamar o que já foi acumulado.” A releitura do texto de Freud, atenta aos seus conceitos e palavras precisas (le mot juste) é marca do trabalho da Escola Letra Freudiana que se guia não só pelo rigor da experiência proposta por Freud mas, sobretudo, deixando-se surpreender por novas centelhas, chispas, que seu texto provoca.

Os escritos que integram este número são provenientes de diferentes lugares de trabalho da Escola: Jornada comemorativa dos 150 anos de Freud, realizada na PUC-RJ, em 2006; Jornada ‘O nó da psicanálise’ (2006); Jornada ‘O campo do gozo’ (2005); Jornada ‘Psicanálise e economia do gozo’ (2004), além daqueles produzidos especificamente para esta publicação, a partir da própria centelha que o texto freudiano continuamente causa. Trata-se da decantação de trabalhos que encontram agora sua destinação, a publicação.

Iniciamos a segunda seção com a tradução inédita do manuscrito freudiano “A cisão do eu no processo de defesa” que nos permite acompanhar os três tempos de sua produção: rascunho, cópia passada a limpo e texto publicado. Esta reflexão que preserva a dimensão da enunciação inclui os movimentos de escansão, suspensão e decisão tomados pelo autor. Revela-se com esse trabalho a dinâmica de produção não só da escrita do texto e da escolha precisa dos significantes em Freud, como da própria construção da psicanálise. Os artigos incluídos nesta seção contemplam a singularidade e as marcas da escrita freudiana.

As três seções subsequentes são introduzidas por excertos, fragmentos extraídos da obra freudiana, escolhidos para provocar fagulhas que iluminem o caminho do leitor nas seções. Na Via regia os sonhos são apresentados como rébus, equivalente aos ditos que interrogam tanto o sonhador quanto o analista. Interessa-nos aqui não só a vertente do sentido mas, principalmente, a indagação de seu limite, umbigo do sonho, que é o limite da linguagem, quando esta toca um ponto de real.

Seguindo a trilha de Freud, apresentamos os Conceitos fundamentais, retomados a partir do que cada um, a cada experiência, acrescenta de seu na leitura da psicanálise. Nesse sentido, vale lembrar a advertência de Freud: as tentativas de fixar os conceitos em definições “sofrem uma contínua mudança”, mas são eles, os fundamentos, que amarram nossa prática.

A seção final, Escrever a experiência, testemunha o cerne da formação do analista, sua prática e o perseverar necessário para ir além da compilação teórica, constituindo o saber que interessa à psicanálise, isto é, aquele que é fruto essencialmente da experiência. E pelo real da experiência que é possível insistir e avançar nas questões cruciais da psicanálise.

Assim, da transferência inaugural, aquela de Freud a Fliess, ao momento de concluir, no manuscrito de 1938, esperamos poder seguir com a letra e a chama de Freud ao fazer-nos leitores contínuos da obra. Que cada escrito possa funcionar como causa, ou nas palavras de Lacan, como chispa, inspirando novos escritos – abertura à produção de um saber.

I.B.P.
L.B.

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