Sumário
O romance familiar dos neuróticos
Sigmund Freud
À guisa de breve glossário
Eduardo Vidal
Da fantasia-romance à representação da fantasia, um vetor da prática freudiana
Maria Cristina V. Vidal
Uma criança é batida – Capítulo I
Sigmund Freud
Uma criança é batida – Capítulo II
Sigmund Freud
Uma criança é batida – Capítulo III
Sigmund Freud
Uma criança é batida – Capítulo IV
Sigmund Freud
Fantasia ou fantasma?
Marcia Jezler
Patricia Sá
A lógica do fantasma: não há universo do discurso
Nestor Lima Vaz
Fantasia, Trauma e Fantasma
Sergio Becker
Ein Kind wird geschlagen: A fantasia desde Freud
Anna Beatriz Medici
Saber, Verdade e Fantasma: “uma outra costura”
Letícia Nobre
A essência do isso como “não eu” expresso em “Uma criança é batida”
Diana Mariscal
Sergio Gondim
A escrita do fantasma e a pulsão
Cláudia Mayrink
O ‘pret-à-porter’ do fantasma
Arlete Garcia
Do trauma ao fantasma, do fantasma ao trauma: construções em uma análise
Sofia Sarué
Autismo, onde a não alcança S
Licia Magno Lopes Pereira
“Querimbora, não sei pra onde”
Ana Maria Portugal Maia Saliba
Onde o significante agia, Eu devo tornar-me a“Wo $ Tat, Muss Ich a werden”
Elza Gouvêa
Tempo – letra – estilo
Alicia Sterlino
Avanço do saber: uma experiência de escrita
Rafael Lobato Pinheiro
Apresentação
Retroagir sobre a questão do fantasma – dessa vez, a escrita do fantasma – reflete efeitos da transmissão da psicanálise sustentada pela Escola Letra Freudiana desde a sua fundação. Na revista 1, 2, 3, 4, ocasião em que se recolheu alguns trabalhos apresentados na Escola, encontra-se um espaço dedicado exclusivamente a essa questão. E não foram poucos os momentos nos quais se decidiu retomar esse ponto que, mais do que um conceito, é um operador lógico na direção do tratamento.
A escrita do fantasma responde ao momento lógico da conclusão de uma análise. O ato que sela o término de uma análise ocorre quando a causa do desejo determina o sujeito em sua divisão. Ato que precipita a escrita do fantasma fundamental como axioma da análise: $<>a. A escrita matêmica orienta a escuta do analista. A direção da análise é regida pelo matema que escreve S(A/), significante da falta do Outro. Pelo matema, o significante é levado a seu átomo literal e na opacidade da letra confluem desejo e gozo. Constatamos, assim, que o matema é intraduzível e essa maneira podemos ler A/ como Outro barrado.
A decisão de manter a palavra “fantasma” para traduzir fantasme – termo aditado por Lacan no curso de seu ensino – confirma sua redução à pura letra. Decisão essa que expõe o ponto irredutível a que somos confrontados pela impossibilidade inerente a toda tradução. A letra, no seu limite, é intraduzível, mas exige que seja escrita.
O fantasma, enquanto letra, não se dá a ler. Na experiência analítica, é preciso que seja construído, seja escrito.
Nesta publicação, ao trazermos a letra freudiana na língua do autor, acompanhada da proposta de tradução para o português, destaca-se o encontro com o limite da letra por não se deixar capturar pelo sentido do texto, mas fazendo emergir significantes que podem constituir balizas de leitura de escritos fundantes da psicanálise.
E.V.
M.C.F.C.
P.S.