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N° 16 - O ato analítico

Diversos

In Anfrang war die Tat, escreve Freud. “No início era o ato”, traduzimos a afirmativa de Gethe convocada para encerrar sua obra fundamental: Totem...

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Sumário

Parte I – A lógica do ato analítico

Uma Escola “de psicanálise”, à prova do ato
Maria Claire Boons
Tradução: Analucia Teixeira Ribeiro
Pulsão e ato analítico
Eduardo A Vidal
Interpretação e pulsão
Gilda Vaz Rodrigues
Do ato freudiano: O dizer do analista
Myriam R Fernández
Rossely S M Peres
Ato analítico – Operação significante
Maria Lessa de Barros Barreto
O real na trajetória clínica
Arlete Diniz Campolina
Corte e ato – O recorte de uma clínica do a
Angela Bacelar

Parte II – O analista e seu ato

Uma mulher quer um analista
Renato R P de Carvalho
Ato e transferência
Joseléa Galvão Ornellas
O lugar do desejo
Dulce Duque Estrada
Do ato, o que se repete?
Silvania Del Carrilo Cury
Ato e escrita ou “Um tratado de eliminação de paranóias”
Silvia Disitzer

Parte III – Topo-lógca

No início era o ato
Eduardo A Vidal
Ali onde isso era
Délia Elmer
Tradução: Paloma Vidal
Ato analítico e topologia: Uma formalização
Celso Renné Lima
A lógica especular, escritura da pulsação não-dita
René Guitart
Tradução: Analucia Teixeira Ribeiro
Sobre a lógica especular
Entrevista de Célio Garcia com René Guitart
Tradução: Paloma Vidal
Sobre o sentido da palavra estrutura nas matemáticas
Marc Barbut
Tradução: Paloma Vidal

Parte IV – Interseção

Ato e fala
Paulo Becker
Modelos de subjetividade e seus efeitos
Marcia Botelho
Sobre a arte de calcular nomes
Sergio Becker

Apresentação

In Anfrang war die Tat, escreve Freud. “No início era o ato”, traduzimos a afirmativa de Gethe convocada para encerrar sua obra fundamental: Totem e Tabu.

O ato é inaugural da emergência do sujeito; se era um crime – destaquemos o tempo do imperfeito – é porque há no ato algo de ruptura, de transgressão apesar da lei. Trata-se para o ser falante de assumir as consequências. Se há início, ele só poderá produzir-se em ato.

A instauração da transferência não responde a um processo espontâneo, mas ao desejo do analista que opera a entrada no dispositivo analítico, oferecendo a regra da palavra, por isso, fundamental. É da posição de objeto a, que o analista possibilita ao sujeito interrogar a estrutura da transferência, isto é, o campo do Outro, sua incompletude. O ato, coordenado ao significante, se distingue do fazer e da ação.

O ato de final de análise interpela o analista. O sujeito é transformado no ato. Trata-se de verificar o corte que o ato produz, isto é, a passagem do analisante ao analista.

Salientemos, aqui, que a formalização lógica iniciada por Frege e Cantor inaugura uma escrita que prossegue com Godel na prova da inconsistência e do indecidível de um sistema lógico. O ato analítico vem como resposta a um Outro cuja estrutura – furo – o inconsciente é revelando o Outro no seu estatuto de inexistência.

A Parte I de nossa publicação trata da lógica do ato analítico, apontando que como efeito dessa lógica, início e fim estão necessariamente ligados no real da experiência analítica. Na Parte II, uma abordagem clínica trabalha a implicação do ato analítico e os conceitos fundamentais: pulsão, transferência, inconsciente, repetição. A topologia, a lógica e a matemática – prescindindo de uma afirmação do sentido – possibilitam não só a mostração do real da clínica como a transmissão da psicanálise.

Em Topo-lógica, Parte III, esses campos de saber estão a serviço de uma articulação do ato analítico. Interseção, Parte IV, responde à necessidade de ouvir outros discursos, lembrando a atualidade da indicação freudiana e lacaniana – o analista deve ser um homem de letras.

Com esta publicação propomos discutir a complexidade do ato analítico que a psicanálise transmite, sustentando o debate em torno da questão da autorização do analista, que por ser de si mesmo – Outro da garantia não há – não implica que faça só.

E.V.
R.S.M.P

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