Sumário
Parte I – Nó e sentido: O limite em psicanálise
Die Grenzen der Deutbarkeit
Sigmund Freud
Os limietes da interpretabilidade
Sigmund Freud
Tradução: Eduardo Vidal
Saber e Limite
Eduardo Vidal
Indicações topológicas para o seminário de Jacques Lacan
Jean-Michel Vappereau
Transcrição: Maria Lessa de Barros Barreto
Estabelecimento: Benita L. A. Lopes e Rossely S M Peres
Parte II – Os Nomes do Pai – Função e estrutura
Versões do pai
Diana Lidia Mariscal
Paulo Becker
A propósito do pai na clínica de Freud
Maria Cristina Ferraz Coelho
Suzana Rocha Nascimento
Algumas considerações sobre a questão do pai em psicanálise
Francisco Leonel F. Fernandes
Colocando o pai por dentro
Licia Magno Lopes Pereira
Supereu: do imperativo do gozo à ética do desejo
Myriam Rodrigues Fernández
Aspectos energéticos da forclusão do nome do pai em Freud: a psicossomática e o auto-erotismo
Claudia Moraes Rego
Em nome do pai sem nome
Ana Maria Portugal Maia Saliba
Adota-se um pai
Andrea B P Bastos Tigre
Rossely S M Peres
Parte III – Mito, rito, tragédia, história… Escrituras possíveis de uma conceitualização do Pai
Os nomes do pai e os ritos de iniciação
Carmem Rodrigues Tatsch
Errância Antígona
Maria Lessa de Barros Barreto
Pai você não vê…
Délia Elmer
Tradução: Paloma Vidal
O pai de Freud
Dulce Duque Estrada
A besta humana
Lia Amorim
A deformação do ideal num relato autobiográfico de um caso de psicose (paraphrenie) – O caso Hitler
Sergio Becker
Parte IV – Os Nomes do Pai e a clínica
O limite é o limite de cada um
Leny de Almeida Andrade
Não! Eu sou a única
Renato R P de Carvalho
O surdo na estrutura da linguagem
Edna Barroso Sarmento
O erro, o pai e o despertar
Joseléa Galvão Ornellas
Do nome do pai à uma clínica que não seria do semblant
Nilza Ericson
Apresentação
Ler e interrogar o texto de Freud e Lacan é marca permanente da Escola Letra Freudiana que, em 1995 e 1996, em duas jornadas, se debruçou sobre a problemática do pai na experiência psicanalítica.
A publicação Do pai: o limite em psicanálise traz o que se decantou desse trabalho e, num “só depois”, tomou a forma dos escritos que bordeiam a questão própria a todo ser falante é “o que é um pai?”
Que a função paterna seja princeps na estrutura do sujeito evidencia-se nos avatares que levaram à conceitualização do Pai em Freud, desde o pai da sedução ao Um necessário, o pai do Édipo.
Talvez mito, rito, tragédia, história, sejam construções insistentemente repetidas para cernir o impossível do questionamento sobre a origem. O significante adoção emerge como o possível do que não há como saber.
Ao retirar as roupagens imaginárias que davam consistência ao pai freudiano, Lacan formalizou a função do pai no discurso, produzindo um significante: o Nome-do-Pai.
Em 1963 propõe o seminário Os Nomes do Pai, que se limita ao ato de uma única sessão, com a contundente decisão de nunca mais, em sua transmissão, retomá-lo. Esse seminário ex-sistente enoda o real do objeto a ao instante do sacrifício, em que o ato suspenso de Abraço dá curso ao deslizar do desejo. Dez anos após, em 1973, a escrita Les non-dupes errent (Os não-tolos erram), solicita a função da equivocidade de cada leitura, onde, nas entrelinhas, se escuta o ressoar dos nomes-do-pai só pronunciáveis a meias.
Last but not least voltamos ao que dá início, não só a esta publicação, mas também a psicanálise é o texto de Freud. Um texto, em que, leitura e trabalho cuidadosos assinalam, no sentido, um limite.
As indicações topológicas para o seminário Les non-dupes errent aportam um trabalho sobre o nó que, enquanto escritura, faz mostração de onde se cala o real. Não se pode ir além.
E. V.
R. S. M. P.