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N° 41 - Da experiência psicanalítica

Diversos

Dando continuidade ao projeto de Publicação, a Escola Letra Freudiana lança a Revista no 41, Da experiência psicanalítica. Os escritos testemunham o fato de...

R$ 38,00

Sumário

1.

Efêmero
Sigmund Freud
Tradução: Eduardo Vidal

Um valor de raridade no tempo
Eduardo Vidal

Sobre o luto
Diana Lídia Mariscal

A experiência do pós-escrito
Ana Maria Portugal

Da ‘experiência de que todo saber é um fragmento’
Leticia Nobre

Para uma clínica dos afetos
Benita Losada Albuquerque Lopes

O umbigo do sonho e o nosso
Dulce Duque Estrada

Análise terminável e interminável ou a ‘experiência’ é sempre atual
Lícia Mara Dias

Mauro Cordeiro Andrade
Miriam Passos Lima

2.

“O analista só se autoriza por ele mesmo” Sentido desse princípio e suas repercussões institucionais
Moustapha Safouan
Tradução: Analucia Teixeira Ribeiro

Seu nome de Veneza em Calcutá deserta
Françoise Samson
Tradução: Analucia Teixeira Ribeiro

Cartel do passe: giro e movimento
Miriam Chor Blanck

Experiência psicanalítica – há do ‘um’ – há ‘do’ analista
Myriam Rodrigues Fernández

Da experiência de enodar psicanálise e Escola
Sergio Becker

Práxis, formação e Escola
Marcia Jezler Francisco

Discurso analítico e Escola
Dalmara Marques Abla

3.

Real na experiência
Amândio Gomes

Conjunção e disjunção entre gozo, saber e poder
Benita Losada Albuquerque Lopes
Rossely S. Matheus Peres

Uma análise um final: da angústia ao desejo do analista
Nilza Ericson

Desejo do analista: operador da experiência
Arlete Garcia

Da experiência psicanalítica: o que uma análise ensina
Sofia Sarué

Sexuação. Uma escrita possível
Alicia Liliana Sterlino

‘Saber aí fazer’ com seu sintoma
Elisa Arreguy Maia

Psicossomática – o desejo em questão
Silvania Del Carrilo Cury

4.

Narrativa: uma introdução
Gerardo Pasqualini
Tradução: Claudia de Moraes Rego

Empreitada analítica
Cristiane Laquintinie Amaral

Pulsão invocante: a experiência clínica psicanalítica com bebês e crianças autistas
Inês Catão

Da perda à causa
Claudio Kayat Bedran

Objeto e sujeito
Licia Magno Lopes Pereira

Foi sem ver que se pôde olhar
Simone Aziz

Tomar cada caso como um: escrita do corte
Maria Clara Lins Portugal Assis Brasil

Konstant-Kraft na experiência analítica
Daniela Goulart Pestana

Apresentação

Dando continuidade ao projeto de Publicação, a Escola Letra Freudiana lança a Revista no 41, Da experiência psicanalítica. Os escritos testemunham o fato de a Escola instaurar uma comunidade de experiência entre seus membros e participantes, que nada tem de comum, pois se sustenta na experiência singular daquele que pratica a psicanálise.

O título proposto, Da experiência psicanalítica, constitui o cerne da construção da psicanálise. A experiência de que se trata, freudiana, é aquela chamada do inconsciente. “Da experiência” marca o ponto de partida e introduz uma modulação que torna possível um dizer. Uma experiência em muitos sentidos incomunicável que, contudo, deve passar à escrita. Dizer “da experiência” é suportar a falha, dizê-la não-toda e, ainda assim, perseverar.

Contamos nesta publicação com a tradução do artigo freudiano “Efêmero”, escrito em novembro de 1915, um testemunho poético e sutil da experiência de Freud frente à “imposta facticidade”, ao descrever e circunscrever o instante em que algo existe e passa a não existir mais. Freud faz uma reflexão sobre a pulsação temporal na experiência do sujeito e sobre sua posição ante o objeto, a falta e a perda. Ao mesmo tempo, aponta uma direção para a psicanálise ao extrair do efêmero um novo valor.

A discussão se encaminha pelo viés do luto: um trabalho com tempos de atravessamento análogo à experiência psicanalítica, ao incluir a função da perda como necessária à constituição do sujeito. Da experiência freudiana revela-se ainda a incompletude própria do campo da psicanálise, cujo saber em jogo é marcado por um não-saber e só pode ser decantado como fragmento. Entra-se nesse campo de saber por uma experiência única, que consiste simplesmente em se submeter a uma psicanálise. Nessa travessia, sobressai o papel fundamental do discurso do sujeito e de sua escuta, pois o significante é tanto primeiro e constituinte na instauração da experiência psicanalítica como primeiro e constituinte na função radical do inconsciente.

Lacan nos diz que uma experiência só quer dizer uma coisa: que se está engajado. A experiência de fazer Escola reafirma o esforço necessário para sustentar-se no discurso analítico, para sustentar a transmissão da psicanálise, cujo operador determinante é o desejo do analista. Nesse percurso, questões caras ao analista são sempre convocadas e atualizadas: a formação, o final de análise, o tornar-se analista, o passe, a Escola.

Seguindo a orientação freudiana, é indispensável que o analista seja ao menos dois: o analista para ter efeitos e o analista que teoriza esses efeitos. Esta publicação está marcada por uma nova experiência: é o resultado de uma proposta lançada pela Escola, uma vez que cada autor compareceu respondendo diretamente à área de Publicação com o endereçamento de seu escrito. Nesse ato sobressai a responsabilidade do autor, que se aproxima à do analista, ao introduzir o sujeito na ordem do desejo.

Lacan, ao discorrer sobre a ética da psicanálise e a responsabilidade do analista aí inserida, resgata o termo Haftbarkeit usado por Freud, cuja tradução pode ser perseverança, mas que tem ressonância em alemão com responsabilidade, engajamento. Usa este termo para mostrar que se trata justamente disso na sustentação da causa analítica. Que os escritos funcionem aqui como um convite para que o leitor, no que se lê, possa ir além do que se escreve.

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