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N° 26 - A Prática da Letra

Diversos

Há exatos dez anos, instituiu-se na Letra Freudiana o Seminário de Psicanálise e Texto: lugar de estudo e questionamento da letra e da textualidade...

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Sumário

Parte I

Conferência: O conceito de letra na obra de Lacan
Juan B. Ritvo
Transcrição e tradução: Angela A Matheus
Uma letra que não se lê
Eduardo A Vidal
Uma volta ao ideograma
Claudia Moraes Rego
Entre gozo e saber – Freud: o trabalho de ci-frar
Suzana Rocha Nascimento
Maria Cristina Ferraz Coelho
Enodamento entre letra e lugar?
Antonia Soulez
Tradução: Paloma Vidal

Parte II

O escrever e o ler: prática da letra e desejo em prática
Analucia Teixeira Ribeiro
Notas acerca da leitura de um texto literário no discurso analítico
Jean-Guy Godin
Tradução: Olga Maria Carlos de Souza
Pontuações
Elizabeth Freitas
O limo, o cristal e o sopro das palavras
Ruth Silviano Brandão

Parte III

Saber e verdade na Divina Comédia
Olga Maria Carlos de Souza
Por graça da textualidade
Lucia Castello Branco
Freud com Clarice: o eu, o isso, o ovo, a galinha
Nilza Ericson
A escrita do corpo no Livro da Vida
Clara de Góes
Carta ao pai
Françoise Samson
Tradução: Analucia Teixeira Ribeiro

Parte IV

A Letra no Cinema
Hector Babenco
Pedro Bial
Aluizio Abranches

Apresentação

Há exatos dez anos, instituiu-se na Letra Freudiana o Seminário de Psicanálise e Texto: lugar de estudo e questionamento da letra e da textualidade em sua relação com o sujeito do inconsciente; lugar também de interlocução com a literatura, as teorias literárias, a linguística e a teoria da tradução. Nesse tempo, foram realizados dois encontros: a 1a Jornada de Psicanálise e Literatura (1992) e a 2a Jornada de Psicanálise e Texto (1994) onde, a nosso convite, escritores, teóricos da literatura e da teoria literária, e psicanalistas de outras instituições contribuíram para o debate dessas questões. Além disso, a constante interlocução da Letra Freudiana com outras escolas e outros campos do conhecimento permitiu incluir aqui trabalhos que ultrapassam os limites estritos do seminário de Psicanálise e Texto e daquelas Jornadas.

Esta publicação está dividida em quatro partes. A primeira consta de trabalhos que versam sobre a letra: além dos de Claudia de Moraes Rego e Eduardo Vidal, temos a conferência proferida por Juan Ritvo, em 1997, na Jornada sobre Saber e Verdade, promovida pela Letra Freudiana, no Rio de Janeiro, e o trabalho de Suzana Nascimento e Cristina Ferraz sobre a produção da letra na clínica psicanalítica. Antonia Soulez traz, ainda nessa primeira parte, um interessante questionamento sobre letra e topologia.

Na segunda parte, reunimos trabalhos que abordam a relação do sujeito com o ler e o escrever. Ruth Silviano Brandão nos fala, como escritora, do ato de escrever. Analucia Teixeira Ribeiro e Jean-Guy Godin discorrem sobre o escrever e o ler de uma perspectiva psicanalítica. E Elisabeth Freitas nos traz um trabalho sobre a pontuação.

Na terceira parte, temos textos que trabalham sobre um autor em particular: Olga Carlos de Souza aborda o encontro de Lacan com Dante e a Divina Comédia, para refletir sobre o saber e a verdade; Lúcia Castello Branco nos traz a visão desconcertante de Gabriela Llansol e sua concepção de textualidade, enquanto Clara Góes investiga a relação entre corpo e escrita em Santa Tereza d’Ávila. Nessa terceira parte, temos ainda “Freud com Clarice”, de Nilza Ericson onde, através de uma interessante operação textual, o conto “O ovo e a galinha”, de Clarice Lispector e “O eu e o isso”, de Freud são texturizados. Fechando essa secção, Françoise Samson nos fala de Kafka, através da famosa Carta ao Pai.

A quarta parte compreende três depoimentos de cineastas a respeito da transposição da linguagem verbal para a linguagem cinematográfica. No caso de Hector Babenco, seu filme “Coração Iluminado” parte de um sonho seu. Já os filmes de Aluísio Abranches (“Um copo de cólera”) e Pedro Bial (“Outras Estórias”) partem de textos literários: o romance Um copo de Cólera,de Raduan Nassar e cinco contos de Guimarães Rosa.

A leitura deste conjunto de textos põe em relevo a encarniçada luta do sujeito com a palavra falada e escrita, para produzir aquela “metade sem par” onde ele subsiste: sua letra-litura, sua lituraterra.

C.M.R.
A.T.R.

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