capa-home

N° 15 - 100 anos de Projeto Freudiano

Diversos

Cem anos do “Projeto”! Que projeto? O texto, os cem anos já decorridos de um projeto e aqueles a vir? Ao debruçar-nos sobre o...

Disponível na biblioteca

Sumário

Parte I – O Projeto e seu tempo

História do Projeto
Emilio Rodrigué

Parte II – O Projeto e suas leituras

O Outro primordial no Projeto Freudiano
Maria Cristina Vecino Vidal
Sobre a experiência de dor
Maria Lessa de Barros Barreto
O ego no Projeto e o problema de ligação
Octávio de Souza
A imagem do desejo
Maria Elisabeth Timponi de Moura
Proton Pseudos
Eduardo A. Vidal
A boa lógica do erro
Ana Maria Portugal Maia Saliba
Projeto… Texto que retorna
Maria Cristina Ferraz Coelho

Parte III – O Projeto em extensão

O Projeto Freudiano
Renato R. P. de Carvalho
A ideologia da (In)Satisfação
Paulo Becker
Das Ding ou o lugar do analista na cultura
Noêmia Santos Crepo
De projeto de máquinas
Carlos Eduardo Estelita Lins

Parte IV – Clínica freudiana

A função de angústia
Juan Carlos Cosentino
Tradução: Paloma Vidal
Sonhos de angústia
Maria Lucía Silveyra
Tradução: Paloma Vidal

Apresentação

Cem anos do “Projeto”! Que projeto? O texto, os cem anos já decorridos de um projeto e aqueles a vir?

Ao debruçar-nos sobre o “Projeto” cabe ressaltar o que ele tem de muito peculiar se bem o articulamos na série dos textos de Freud, não podemos esquecer que foi escrito para não ser lido. Houve uma decisão de não publicá-lo, e isso marca uma diferença – se está na série freudiana, também está fora dela. Ele ex-siste à obra.

Eacute; um texto que questiona a temporalidade de uma série que se supõe ordenada no mundo e nos questiona enquanto leitores, exatamente, nesse ponto de fratura.

Com o que se depara o leitor do “Projeto”? Escrito em 1895 sobre forte transferência com Fliess, articula na teoria freudiana o que é do trauma na constituição da histeria; estabelece a ruptura entre a linguagem neuronal e a analítica; antecipa a interpretação dos sonhos, bem como, algo do além do princípio do prazer já, aí, se enuncia. E principalmente elabora uma estrutura a tal ponto que, a posteriori, podemos dizer ser um texto avant Ia lettre.

Há cem anos…, nos faz pensá-lo no campo da história. Emílio Rodrigué se encarrega disso com “História do Projeto”. No entanto a abordagem histórica se mostra insuficiente, o “Projeto” nos surpreende por ser um texto irreproduzível, não faz série, desafia a lei do simbólico e reaparece no real.

Como texto não dado a ler produz um efeito, com trás letras cp, y e co fez-se a tentativa de escritura do real com que se defronta Freud é o real do sexo, do trauma.

Há um outro encontro com o real aqui em questão, o real do texto. Texto de difícil leitura e que por isso mesmo exige leitores decididos.

É o que vemos na II Parte de nossa revista, possíveis leituras, pontuais, sobre o Outro primordial, a dor, o ego e a ligação, desejo proton-pseudos, erro, de autores intimados pelo “Projeto”… texto que retorna.

O texto banido pelo autor, no entanto, tal como fonte, continua vivificando a produção da psicanálise, lançando-a a outros campos do saber. Na III Parte da Revista temos a articulação do “Projeto” em extensão como uma forma de pensar a psicanálise na sua relação com os discursos existentes.

Ao final, o que está sempre de inicio, o encontro com a clínica, centrado sobre esse ponto de certeza que não engana ao sujeito é a angústia frente ao desejo do Outro.

Nosso projeto com esta revista é de convidar outros leitores decididos a debruçarem-se sobre os textos, causados na produção de uma psicanálise a vir.

E.V.
R.S.M.P.

Outros títulos

+ Veja todas as publicações