O que é essencial no mito feminino de Don Juan […] é que ele as tem uma por uma. E é isso que é o Outro sexo, o sexo masculino, no que se refere às mulheres.
Lacan, Encore, p. 23.

A partir do fundamento do inconsciente, Freud e Lacan afirmam que ser um homem e ser uma mulher não é tributário de nenhum roteiro biológico ou cultural. Esses roteiros existem, mas não são suficientes para responder ao sujeito sobre seu ser.

A incidência do significante sobre um corpo produz um gozo ao qual o sujeito não tem acesso, produz um real inacessível ao ser falante. A questão “quem sou eu” se formula a partir da sexuação. O ser é sexuado e o gozo está implicado nesta formulação.

Nos ditos dos analisantes a dimensão do ser sexuado pode aparecer como recusa a ser o homem ou ser mulher, mas também como uma aspiração à verdadeira mulher ou ao homem de verdade. Trata-se dos modos de gozo.

É por este caminho que daremos continuidade ao trabalho.

 

Bibliografia:
LACAN, J. Seminário 10, a angústia, lições de 20/2/63 e 27/3/63.
________ “Diretrizes para um Congresso sobre a sexualidade feminina” (1960).
________ Escritos.
________ Seminário 20, Encore, lição de 21/11/72.
________ Seminário 24, L’insu que sait de l’une bevue s’aile à mourre, lição de 8/3/73.
Molière. Don Juan ou O convidado de pedra.
Conceição Evaristo. Canção para ninar menino grande.

Arlete Garcia
Início: 10 de abril.
Quartas-feiras às 9h (quinzenal)

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