Propomos seguir o percurso de Lacan em relação às diferentes torções conferidas ao conceito de inconsciente, desde a formulação do “inconsciente estruturado como uma linguagem”, suas reavaliações que incluem lalíngua e o deslizamento para o enodamento no lugar da função da metáfora, para chegar à formulação que leva ao inconsciente dito real.
Convidamos a um recenseamento pelos primórdios da investigação freudiana, desde os textos pré-psicanalíticos, num trabalho de vai-e-vem, para mostrar como Freud faz a dedução lógica do inconsciente a partir da linguagem, a partir da qual concebe um aparelho de linguagem entendido como um campo de associações e transferências. São as associações as responsáveis pela estruturação do aparelho de linguagem. Este que é capaz de significar, de produzir o novo e de produzir um efeito de sujeito. Lacan avança para o inconsciente que escapa à linguisteria, em direção ao inconsciente que opera fora do campo das associações. É com ele que seguimos.
Roseane Freitas Nicolau
Belém/PA – Quartas-feiras às 20h (quinzenal)