Neste ano de 2025, em que a Escola abordará a questão “O inconsciente ainda”, o Lacan… na série vai trabalhar O seminário, livro 7 – A ética da psicanálise (1959-1960) e O seminário, livro 16 – De um Outro ao outro (1968-1969).

No seminário sobre a ética da psicanálise, Lacan dá ênfase ao fato de que a análise, prática do inconsciente, é a experiência que voltou a favorecer a função fecunda do desejo como tal. “A ponto de se poder dizer que na articulação teórica de Freud a gênese da dimensão moral não se enraíza em outro lugar senão no próprio desejo. (p.12)”

Lacan inicia seu sétimo seminário com Aristóteles, referência da ética do Bem, e para tratar da ética da psicanálise, propriamente, parte do Entwurf de Freud. Situa Das Ding, topologicamente, centro e índice de exterioridade a um só tempo, real inacessível que é a condição própria da linguagem, e trabalha o problema da sublimação e a face criacionista da pulsão de morte, como vimos no segundo semestre do ano passado.

Durante este ano continuaremos na trilha de Lacan que, para adentrar as questões sobre o paradoxo do gozo, recorre a Kant e à tragédia grega Antígona, através da qual coloca a questão do bem e do belo articulada ao desejo puro. Ética da psicanálise, ética do desejo, ética da contingência, Lacan segue até a formulação de uma ética da psicanálise fundamentada no real, fundamentada no inconsciente, encore.

Em De um Outro ao outro Lacan retoma o problema da ética fazendo referência ao seu seminário de dez anos antes: “É nisso que o acontecimento Freud se mostra tão exemplar. Durante o que foi o primeiro trimestre do seminário sobre A ética da psicanálise, enfatizei, e com algum acento, a mudança radical resultante de um acontecimento que não foi outra coisa senão sua descoberta, isto é, a função do inconsciente. Correlativamente, Freud fez funcionar o chamado princípio do prazer de maneira radicalmente diversa de tudo o que se fizera até então” (p. 187).

Em De um Outro ao outro Lacan retoma o problema da ética fazendo referência ao seu seminário de dez anos antes: “É nisso que o acontecimento Freud se mostra tão exemplar. Durante o que foi o primeiro trimestre do seminário sobre A ética da psicanálise, enfatizei, e com algum acento, a mudança radical resultante de um acontecimento que não foi outra coisa senão sua descoberta, isto é, a função do inconsciente. Correlativamente, Freud fez funcionar o chamado princípio do prazer de maneira radicalmente diversa de tudo o que se fizera até então” (p. 187).

Neste momento Lacan está em plena elaboração dos matemas de seu discurso. A Psicanálise, frente ao real da não relação sexual, a castração, aposta na prática material da estrutura e suas repercussões. Na sucessiva formalização do que diz ser sua úncia invenção, o objeto a, este é naquele momento nuançada a partir do conceito mais-de-gozar, homólogo à mais-valia de Marx. Sua formalização escreve mais uma página no trilhamento do acontecimento Freud, e as repercussões da palavra no Real da substância gozante do corpo falante.

Sessenta anos depois, O inconsciente é, ainda, uma aposta radical no tratamento do mal estar que con-some, o Sujeito. Produzir esta necessidade de discurso, encore, é causa.

Ana Lucia Zacharias
Bruno Netto dos Reys
Maria Cristina Vecino Vidal

O seminário, livro 7 – A ética da psicanálise
Início:
13 de março.
Deborah Tenenbaum, Evelyn Disitzer, Mônica Coutinho e Tatiana Porto Campos

O seminário, livro 16 – De um Outro ao outro
Início:
20 de março
Bruno Netto dos Reys, Claudia Mayrink e Nestor Torralbas

Quintas-feiras às 19h